Valeriana: Calmante natural
Nome científico: Valeriana officinalis L
Nome popular: valeriana e baldriana
Família botânica: Valerianaceae.
Parte Utilizada: As raízes e os rizomas.
Nome popular: Valeriana, Baldriana, erva de gato, erva de amassar e erva de são Jorge, no Brasil; Erva-dos-gatos e Valeriana, em Portugal; Valeriane Officinale, Herbe aux Chats e Valériane, na França; Common Valerian e Valerian, em inglês; Valeriana e Hierba de los Gatos, em língua espanhola; Valeriana, na Itália; Baldrianwurzel e Baldrian, na Alemanha; Kozlki, na Polônia; Vanderot, na Suécia; Valeriaan e Wild Valeriaan, na Holanda.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: ésteres terpênicos (isovalerianato, acetato e formiato de borneol, isovalerianato de eugenilo e isoeugenilo); monoterpenos (canfeno e pineno); sesquiterpenos (β-cariofileno, valerenal e valeranona); Iridóides (valepotriatos): destacando-se valtrato e didrovaltrato; GABA; Glutamina; Arginina; traços de Alcalóides: valerina e chatidina; Taninos; Ácidos graxos: palmítico, esteárico, oléico, linoléico, linolênico, araquídico; Fitosteróis: β-sitosterol; Ácidos Aromáticos: benzóico, salicílico, isoferúlico, hesperitínico ou 3-hidroxi-4- metoxicinâmico; Ácido Valeriânico; Enzimas: oxidases e lípase.
Hoje na Dica Saudável falaremos sobre um fitoterápico muito especial, conhecido amplamente por seus benefícios relaxantes e sedativos do Sistema Nervoso Central (SNC): a Valeriana. Originária da Europa e oeste da Asia, a Valeriana é planta herbácea com sabor aromático e pouco amargo. Atua como um calmante natural, para nos acolher e promover conforto. Nesses momentos difíceis que estamos todos precisando de um colo e a valeriana pode nos auxiliar. Seu nome cientifico deriva do latim valere, que significa “ter saúde”. Já utilizada a muitos anos, através de pesquisas e estudos científicos foram comprovados seus benefícios para casos de insônia, depressão, estresse e ansiedade. É o sedativo natural mais utilizado na Europa, sendo conhecido a muitos anos por seu efeito calmante. Algumas farmacopeias e sistemas de medicina tradicionais também indicam seu uso como auxiliar digestivo e nos casos de cólicas abdominais de fundo nervoso. Com inúmeras indicações farmacológicas, hoje conheceremos um pouco mais sobre suas propriedades medicinais e terapêuticas, vamos lá?
Também conhecida popularmente como “erva de gato”, para muitas pessoas o aroma das folhas não é considerado agradável. Entretanto, para nossos amigos felinos, gera um efeito de euforia e é muito apreciado. Para o consumo humano, as partes mais utilizadas são a raiz e o rizoma. Dessas partes, podemos encontrar ela na forma de chás e extrato seco, podendo ser consumida através de capsulas. Na Boaformula você encontra também opção de capsulas vegetais como de tapioca e algas, com ou sem corante. O extrato seco é preparo a partir da raiz e rizoma da valeriana, passando por um processo de maceração, trituração e dessecação.
A valeriana possui dois componentes químicos que merecem destaque: o ácido valerenico e a valeranona. Essas duas substâncias atuam promovendo uma sensação de relaxamento e efeito indutor do sono, fornecendo o efeito popularmente conhecido da valeriana como sedativa. Ela promove tranquilidade e serenidade, auxiliando em casos de ansiedade e insônia, permitindo uma noite de sono reparador e um dia com mais vitalidade.
Muitos são os benefícios desse fitoterápico, mas vale atentar que deve ser utilizada com sabedoria e consciente. É indicado a orientação de um médico ou outro profissional de saúde que tenha experiência com o uso de plantas medicinais, já que quando consumida em excesso pode causar dor de cabeça, dor de estômago e até irritabilidade, além de não ser recomendada para mulheres grávidas ou que estejam amamentando.
Características botânicas
A Valeriana é uma planta herbácea perene, de caule anguloso, raízes divergentes, horizontais e esbranquiçadas e pequenas flores brancas ou avermelhadas. Seu ramos são redondos estriados, ocos e fistulosos e suas folhas opostas e penatissectas. Produz um fruto aquênio com coroa. As partes mais utilizadas para fins medicinais e terapêuticos são a raiz e o rizoma. Seu caule pode atingir até dois metros de altura.
O rizoma seco contém um óleo volátil de odor distinto e desagradável. A erva fresca não tem nenhum cheiro detectável, porém com a secagem causa a liberação do composto odorífero ácido isovalérico.
Uso tradicional e histórico
Através de pesquisas, encontramos diversos relatos que comprovam o uso medicinal e terapêutico da valeriana ao longo da história para diversas doenças. Comumente utilizado para insônia pelas suas propriedades sedativas, também era utilizado para ulcera péptica, gastrite, dispepsia, doenças inflamatórias intestinais crônicas, colo irritável e também como anticonvulsivante, antidepressiva e antiespamolitica.
Desde os tempos da Grécia antiga e Roma, a Valeriana tem sido utilizada como medicamento fitoterápico. Seu uso terapêutico foi descrito inicialmente por Hipócrates cerca de 460-337aC, e depois, por Discórides, no primeiro século (40-80dC). No segundo século (130-200dC), Galeno prescreveu a Valeriana para insônia. O médico italiano ANDREA Mattiolo observou, desde o século VI, que a planta demonstrava estranhos efeitos sobre o comportamento de seres humanos. No século seguinte, após a cura do prinicipe romano Fabio Collona, descobriu possuir o poder antiepiléptico.
Acredita-se que as virtudes medicinais tenham sido comentadas pela primeira vez por um médico egípcio do século IX. Em torno do ano 1000, falava-se como sendo um medicamento capaz de curar uma série de doenças, principalmente nervosismo e epilepsia. Em meados do século XIV foi considerada estimulante. No século XVI, foi utilizada para tratar tremores dor de cabeça e palpitações cardíacas. (FERNANDÉZ-SAN-MARTIN et al, 2010)
Indicações e Ação Farmacológica
A Valeriana é indicada para nos auxiliar em diversos aspectos como:
· na ansiedade;
· na insônia;
· na excitabilidade excessiva;
· em estados histéricos;
· na taquicardia;
· na hipertensão arterial;
· nas cefaléias;
· na síndrome do cólon irritável;
· nos espasmos gastrintestinais;
· nas parasitoses;
· como coadjuvante em tratamentos de epilepsia;
· em contusões;
· cólica menstrual e sintomas de menopausa;
· dores de cabeça e enxaqueca;
· em dermatoses;
· no estresse;
· para controlar o déficit de atenção e hiperatividade;
· como um relaxante do sistema nervoso central;
· na asma e broncoespasmos de origem nervosa.
Em Homeopatia é um remédio geral dos espasmos e moléstias histéricas, especialmente na época da menopausa. Hipocondria histérica: susceptível a Insônia, nervosismo, dentre outras aplicações.
A atividade terapêutica derivada da Valeriana corresponde fundamentalmente com dois aspectos: antiespasmódico e sedante. Com certeza o segundo efeito é mais valioso na sua utilização na clínica médica, já que existe um sinergismo entre os valepotriatos e o óleo essencial.
Os efeitos sedativos esperados com relação à potência farmacológica são menores que os proporcionados pelos benzodiazepínicos e outros compostos similares. Para aprofundar no assunto, indicamos esse estudo de Evandro Medeira Costa, onde podemos concluir que ainda sim o uso desse fitoterápico como alternativa ou terapia complementar ao benzodiazepínicos seja positivo e afeta diretamente não somente a qualidade do sono, mas a qualidade de vida dos usuários.
“AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE Valeriana officinalis L. E SUA UTILIZAÇÃO EM EX-USUÁRIOS DE BENZODIAZEPÍNICOS DO DISTRITO” acesse aqui.
Várias experiências demonstraram que a raiz da Valeriana é um excelente indutor do sono em pacientes que não haviam se submetido a outros tratamentos. Assim sendo, um ácido volátil, a valeranona se comporta como um modulador do sono e inclusive participa na diminuição dos níveis de 5-O-Htriptamina e noradrenalina.
Com relação ao ácido valerênico, comprovou-se que é o mais importante dentro da mistura dos óleos que compõem a Valeriana officinalis, com relação à função depressora do sistema nervoso central de acordo com estudos comparativos junto com o diazepam, clorpromazina e pentobarbital. O efeito sedativo foi comprovado sobre pacientes voluntários que apresentavam dificuldade de dormir. A administração de raiz de Valeriana em doses entre 450 e 900 mg provocou uma diminuição no tempo requerido para dormir (com relação ao grupo placebo), menor quantidade de movimentos na cama e sem o clássico “hangover” matinal após despertar, como os apontados por outros fármacos. Diferentes estudos bioquímicos têm demonstrado que o ácido valerênico inibe sistema enzimático central do GABA. O aumento deste se associa a uma diminuição da atividade do SNC. No entanto, a ação sedativa dos extratos totais da raiz de Valeriana sobre os receptores GABA-A estaria sujeita a uma interação de vários compostos entre eles o ácido gama aminobutírico e alguns outros que ainda estão sendo investigados. Neste sentido, tem-se comprovado que plantas que atuam sobre os receptores GABA-A (camomila, maracujá e valeriana) apresentam dois tipos de substâncias capazes de tal associação: algumas não eram reconhecidas como anticorpos específicos antibenzodiazepínicos, enquanto que as outras sim, o qual indica que estas últimas deviam ser muito similares aos benzodiazepínicos.
Com relação à atividade antiespasmódica, a mesma já havia sido observada no ano de 1957. As primeiras evidências atribuíam esta ação somente aos óleos essenciais. Posteriormente já se pensava que era apenas dada pelos iridóides valtrato e didrovaltrato. Porém anos mais tarde pôde-se que outros componentes também participam desta atividade valtrato 8 a, isovaltrato e dihidrovaltrato 9 a, assim como o óleo essencial. (As indicações são do material da nossa fornecedora Florien)
É uma planta medicinal aliada a saúde e equilíbrio da mulher também. Por possuir compostos sesquiterpênicos na sua composição como os ácidos valerênico e isovalérico, a valeriana ajuda a aliviar os sintomas da TPM por aumentar a atividade do neurotransmissor GABA no cérebro que tem ação sedativa e tranquilizante, ajudando a melhorar o estado de mal humor, nervosismo e ansiedade, associados à TPM. Essas substancias também auxiliam em diminuir os sintomas negativos da menopausa, como irritabilidade e nervosismo. Por possuir flavonóides na sua composição como hesperidina e linarina, ajuda a combater as ondas de calor e suor excessivo, comuns na menopausa. Em casos de cólica, é uma ótima opção também! Por possuir propriedades anti espasmódicas e anti inflamatórias, diminui a contração do útero o que inibi a produção de substâncias inflamatórias, principalmente as prostaglandinas, auxiliando com as cólicas menstruais.
Na medicina medicina tradicional chinesa, o rizoma da Valeriana officinalis tem propriedades: picante, amarga e amornante com ação sobre os meridianos do fígado, coração e baço promovendo a circulação do Qi e acalmando a mente. Segundo o verbete chinês desta planta, a valeriana, além do efeito sobre os órgãos citados, tem os efeitos de nutrir o coração, dispersar o (excesso) qi, promover a circulação sanguínea e aliviar a dor. O seu efeito calmante, também pode ser usado para tratar inquietação, palpitações e agitação em sonhos.
Na Fitoenergética, a Valeriana tem caráter Puro, atua no Terceiro Chakra e possui polaridade yin. Sua função fitoenergética neutraliza os sentimentos negativos; ajuda a aprender a ver as coisas boas existentes por trás das crises, ter personalidade para enfrentar os maus momentos, mantendo-se de bom humor, e eliminar o estado de “vitima” da situação. (BRUNO GIMENES)
Toxicidade/Contraindicações
As doses orais são bem toleradas em geral em doses usuais de recomendação. Indicamos que busque a orientação de um profissional da saúde para indicar o melhor uso dessa planta medicinal em seu dia a dia, a fim de trazer apenas beneficios. Devido a sua ação sobre o sistema nervoso central, não se recomenda seu uso prolongado já que pode provocar dependência. A valeriana também não é indicada para grávidas, pessoas que possuem alergias respiratórias e crianças menores de três anos. Não tomar junto a outros depressores do sistema nervoso central (como álcool e outros medicamentos sedativos), pois o efeito pode se potencializar. A superdosagem pode ter efeitos colaterais tais como náuseas, tonturas, vômitos, fadiga e indisposição gastrointestinal.
Este medicamento pode causar sonolência, não sendo, portanto, recomendável a sua administração antes de dirigir, operar máquinas ou realizar qualquer atividade de risco que necessite atenção.
Sempre bom lembrar da frase do físico e médico Paracelso: a diferença entre o remédio e veneno, está na dose.
Esperamos que tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre a Valeriana, uma planta medicinal relaxante e sedativa que nos oferece um conforto nesses momentos difíceis. Afinal, quem não está precisando de um colo, não é mesmo?
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A sua saúde em boas mãos.
Bibliografia:
Material fornecedor Purifarma e Florien
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