
Óleo essencial de funcho doce: o óleo da perseverança.
Nome cientifico: Foeniculum vulgare Mill
Nome popular: Funcho, erva doce brasileira
Composição Quimica:Óleos essenciais (anetol, chavitol, funchona), açúcares, mucilagens, pectinas, taninos, ácido clorogênico e caféico, flavonóides, sais minerais, tocoferóis e cumarinas.
Forma de propagação:Sementes
Nota: média. Aroma adocicado que lembra o anis.
Obtenção: destilação a vapor

Seguindo nosso compromisso com o resgate dos saberes ancestrais e pesquisas cientificas sobre plantas medicinais, nossa Dica Saudável de hoje falará sobre o óleo essencial de uma planta muito especial: o funcho doce, conhecido como o óleo da perseverança.
Também conhecido como erva doce, é tanto uma erva quanto uma especiaria e carrega consigo uma reputação que remonta aos primeiros tempos e reflete-se nas tradições mitológicas. Nos mitos Gregos, o funcho ficou associado a Dionísio, o Deus Grego dos Alimentos e do Vinho, sendo também parte da mitologia popular que foi através de um caule de funcho que o conhecimento dos deuses transitou para os homens. Há relatos de seu uso entre as civilizações egípcias, os chineses, os indianos e os gregos usavam-no para obter vida longa, coragem, poder e força.
O funcho é composto por um bolbo branco ou verde pálido a partir do qual o caule cresce. O caule é coberto por ramagens verdes, perto das quais flores crescem e produzem sementes.Todas as partes da planta são comestíveis: raiz, caule, folhas e sementes. Porém, são as sementes que são consideradas uma especiaria. Estas podem ser usadas inteiras ou trituradas. O nome científico do funcho é Foeniculum Vulgare e desempenha um importante papel na cultura alimentar de muitos países europeus, especialmente em França e Itália.
O funcho pertence à família das Umbellifereae, portanto é estritamente relacionado com as cenouras, salsa, endro e coentros.Com seu aroma adocicado que lembra o aniz, vem purificar o nosso organismo, eliminando toxinas decorrentes do excesso de alimentação e bebidas. Segundo List(1979), devido aos óleos voláteis contigos(óleo essencial), como remédio é descrito ser analgésico, afrodisíaco, aromático, cardiotônico, carminativo (anti flatulência), digestivo, anti séptico, diurético, emenagogo (estimulador mestrual), expectorante, anti inflamatório, lactígeno, estomacal, tônico e vermicida, sendo um remédio popular para aerofagia (deglutição de ar), amenorréia (ausência da menstruação), cólica e dispepsia (indigestão). Também é utilizado para feridas, dor de estômago, bronquites e pneumonia.(DUKA, 1985; CORREA, 1984; JACOBS,1995)
Contexto histórico: Plantas Medicinais
É conhecida popularmente no Brasil como Funcho ou erva doce brasileira(nacional). É uma planta pertencente à Ordem Umbelliflorae e à Familia Umbelliferae/Apiaceae. Segundo alguns autores, é originária do continente africano, Ilha da Madeira e Açores; outros acreditam que é nativa da Europa Meridional e Central e da Asia Menor. Possivelmente, veio para o Brasil junto com os colonos portugueses (SILVA, 2001)
Considerado capaz de oferecer proteção contra o mal, o funcho era uma das nove ervas sagradas dos anglo-saxões. Os soldados romanos comiam o funcho para ter boa saúde e as sua esposas comiam-no para prevenir-se contra a obesidade. No século IX, o imperador Carlos Magno declarou que era uma planta essencial em todos os jardins imperiais.
Foi através da observação e da experimentação pelos povos primitivos que as propriedades terapêuticas de determinados vegetais foram descobertas e propagadas de geração a geração.(TUROLLA;NASCIMENTO,2006) Essas informações foram se acumulando gradativamente, até o surgimento de documentos escritos em placas, papiros e outras relíquias, fazendo referencia a listas de plantas medicinais constantes de farmacopéias ligadas a antigas culturas. Talvez o mais famoso desses achados arqueológicos seja o Papyrus de Ebers, datado do século XVI a.C, contendo mais de oitocentas formulas e prescrições de fármacos usadas na região Mesopotâmica.(THOMSON, 1981). Muito importante resgatar esses dados históricos, observando a união desses saberes com os métodos científicos que comprovam a potencia do reino vegetal para trazer saúde a nossa organismo.
No Brasil, o uso de plantas com propriedades curativas, baseado no conhecimento popular, é uma pratica secular deixada como herança pelos índios, e largamente utilizada principalmente na Região Nordeste. “As plantas medicinais brasileiras não curam apenas, fazem milagres”, com esta célebre frase, Von Martius definiu bem a capacidade de nossas ervas medicinais.
Com reconhecimento da fitoterapia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na Conferencia de Alma Ata em 1978, o aproveitamento de plantas medicinais foi ressaltado como parte do Programa Saúde para Todos no ano de 2000, recomendando-se inclusive a realização de mais estudos e a propagacao do uso de plantas medicinais regionais nos programas de atenção primaria a saúde. Prática com grande potencial por seu baixo custo operacional e alta eficácia.
Funcho – Erva Doce
A erva doce era uma planta muito popular entre os antigos chineses, que a usavam como medicamento para picada de cobra. Já os egípcios e romanos, consideravam-na antitóxica e utilizavam-na para tratar diversos problemas dos olhos, especialmente catarata. Também era conhecido como remédio para emagrecimento, pois proporciona ao individuo a sensação de saciedade. A exemplo do endro, também era usada como chá para cólicas em crianças e , no período medieval, era conhecida como fenkle - pois conta a lenda que ela ajudava a afastar os maus espíritos e as pulgas, sendo uma repelente natural para gatos e cachorros.
Curiosidades e Usos Através dos Tempos
Era muito popular entre os antigos chineses e hindus, que o usavam como antídoto contra mordeduras de cobras.
Os egípcios, os chineses, os indianos e os gregos usavam-no para obter vida longa, coragem, poder e força.
Os gregos deram-lhe o nome de marathon, derivado de maraino, que significa “emagrecer”.
Os atletas gregos mastigavam sementes de funcho para obter vigor e força, e os gladiadores romanos usavam-no na comida pelas mesmas razões.
Na Inglaterra medieval, era conhecido como fenkle e acreditava-se que era capaz de afastar os maus espíritos.
É tradicionalmente usado para fortalecer a vista e um ingrediente básico do gripewater.
Tem a fama de afastar os maus pensamento dos outros.
Nas preparações farmacêuticas é chamado “codex”.
Características botânicas
É uma planta bienal ou perene, aromática, glabra e ramosa, que apresenta cor verde brilhante (BALMÉ, 2004). Pode atingir até 2 m de altura; caule estriado de onde saem os ramos; raiz em forma de fuso, da espessura de um dedo; folhas grandes, podendo medir até 30 cm de comprimento por 40 cm de largura, com pecíolos longos e bainhas envolventes, entumecidas e largas. As folhas apicais têm segmentos muito finos e delgados; flores dispostas em inflorescências do tipo umbela (o pedúnculo das flores se inserem na mesma altura do eixo principal), composta de 7 a 20 umbelas menores. As flores são amarelas, hermafroditas e compostas por cinco pétalas; fruto oblongo, composto por dois aquênios de aproximadamente 4 mm de comprimento por 2 mm de largura.
Cultivo
Prefere regiões de clima ameno ou moderadamente uente, embora consiga sobreviver a geadas moderadas. Gosta de solos bem drenados, fertreis e ricos em matéria orgânica. É, também, tolerante quanto ao pH do solo, mas não cresce bem em solos muitos ácidos.
Adapta-se bem em diversos climas, com preferência para regiões temperadas com verões quentes, não resistindo às geadas. Vegeta bem em locais com luz solar direta e solos profundos, não muito argilosos, férteis e bem drenados. A adubação nitrogenada favorece o aumento do teor de óleos nos frutos, recomendando-se uma adubação com esterco de gado bem curtido, esterco de aves ou composto orgânico, quando necessário
Uso Fitoterápico
“É uma erva empregada, amplamente, na culinária e na indústria farmacêutica nas preparações de artigos de perfumaria. A base da haste é empregada na culinária como legume, enquanto os frutos, vulgarmente chamados de sementes, têm sido empregado desde a mais remota antiguidade na forma de chá medicamentoso nos casos de distúrbios digestivos (Lorenzi; matos, 2002).
Devido aos óleos voláteis contigos(óleo essencial), o vegetal tem ação no trato digestivo, atua na mucosa gástrica, aumenta o peristaltismo intestinal e reduz a produção de gases. Também favorece a secreção brônquica, removendo o excesso de muco do aparelho respiratório e estimula as funções fisiológicas. Devido ao seu teor em sais de potássio apresenta propriedades diuréticas. Favorece a secreção láctea, sendo muito útil na amamentação. Estimula a dilatação dos capilares, aumenta a circulação cutânea e em altas doses estimula o fluxo menstrual. (TESKE; trentini, 1995).
Segundo List(1979), como remédio é descrito ser analgésico, afrodisíaco, aromático, cardiotônico, carminativo (anti flatulência), digestivo, anti séptico, diurético, emenagogo (estimulador mestrual), expectorante, lactígeno, estomacal, tônico e vermicida, sendo um remédio popular para aerofagia(deglutição de ar), amenorréia (ausência da menstruação), cólica e dispepsia (indigestão). Também é utilizado para feridas, dor de estomago, bronquites e pneumonia.(DUKA, 1985; CORREA, 1984; JACOBS,1995)
De acordo como Hartwell(1971), emplastros do caldo de Foeniculum vulgare Mill. é um remédio popular para escleroses(endurecimento de tecidos orgânicos) das glândulas mamarias, carcinoma(câncer) e feridas cancerosas. As sementes servem para ajudar escleroses do fígado e do baço, tumores de úvula, baço, garganta e condiloma.
Segundo Morton(1981), as sementes são tostadas e pulverizadas para fazer um colírio. A raiz, em xaropa, é usada para aliviar endurações do baço e fígado. A flor e o fruto favorecem o peristaltismo intestinal. A folhagem ajuda em inflamações dos órgãos internos, cólicas e enfermidades dos olhos. Na áfrica o extrato alcoólico é usado para espasmos, diarréia e dor de estomago. Os jamaicanos usam a planta contra resfriados.” ( Tese Pós Graduação Ciências farmacêuticas por Rosilma Araujo).
Tem ação:
Carminativo
Antiespasmódico
Tônico
Galactogogo
Expectorante
Emenagogo
Estomáquico
Estimulante
Purificante
Anti-inflamatório
Rubefasciente
Aromático
Indicado em:
Dismenorréia
Dores musculares e reumáticas
Anorexia
Bronquite e tosses
Distúrbios urináriuos
Problemas oculares: conjuntivite, inflamações
Distúrbios digestivos: dispepsias, flatulências, cólicas, diarréias, azia, vômitos.
Estimulante de secreção láctea.
Males dos rins
Óleo essencial de funcho doce: o óleo da perseverança.

Aromaterapia é a arte e a ciência de utilização dos óleos essenciais, um sistema terapêutico natural que visa equilibrar o corpo e a mente no dia a dia. Estimula a saúde e o bem estar pessoal, familiar e profissional, sendo um importante apoio por sua eficácia e facilidade de utilização.
O óleo de funcho consiste sobretudo em 50 a 60% de anetol, um derivado de fenilpropano, além de diferentes compostos terpênicos, dpineno, dipenteno, canfeno, d-limonemo, etc. O pineno, numa proporção aproximada de 20 %, produz sabor amargo e conforado.
O efeito é principalmente determinado pelo óleo essencial, sobretudo pelo anetol que constitui um bom meio de expectoração. Acelera a atividade dos epitélios vibráteis das vias respiratórias. Além disso, o óleo possui a capacidade de eliminar as flatulências e fomentar a digestão.
Possui rendimento de 2,5 a 3%, apresenta um delicado sabor/cheiro adocicado. Isto ocorre devido a elevada porcentagem de (E)-anetol em sua composição, que varia de 75 a 87%, e ao baixo teor de fenchona, além de alfa felandreno e d-limoneno. Inclusive, o anetol é um elemento que possui 2 isomeros, o trans-anetol ou (E)-anetol e o cis anetol ou (Z)-anetol, menos comum e que não apresenta o aroma anisado.
Popularmente, plantas que contem o (e)- anetol são indicadas para regularizar o ciclo menstrual e como galactagogas(que aumentam a produção do leite). Também é responsável por reduzir consideravlmente os efeitos tóxicos do álcool sobre o organismo, pois atua como Tonico para o figado, rins e baço. Ele apresenta propriedades inseticidas, sendo eficaz contra as larvas dos mosquistos Ochlerotatus caspius e Aedes aegypti e certa eficácia como agente antibacteriano.
Beneficios emocionais:
Emponderador em sua essência, inspira a confiança e a perseverança na busca das próprias metas. Purifica a energia pessoal aportando valor interior e confiança. Confere força e coragem e é bom para auto estima. Acalma o sistema nervoso.
Beneficios físicos:
>> Ajuda a curar feridas. O óleo essencial de funcho produziu atividade antibacteriana e, como tal, são representativos de possíveis maneiras de abordar algumas cepas de bactérias. Além disso, o óleo tem certos compostos que ajudam a proteger as feridas de se infectarem.Também pode acelerar a cicatrização de feridas, por isso, se você quiser curar um corte , por exemplo, o óleo de funcho é uma boa opção natural.
>> Alivia Espasmos. Espasmos podem ser fatais se não forem tratados adequadamente.Os espasmos são contrações indesejadas e anormais nas vias respiratórias, intestinos, músculos ou nervos, resultando em tosse contínua, soluços, dor aguda e sensação de puxão nos intestinos, câimbras, puxões musculares, convulsões ou ataques epilépticos.
Se não for tratado a tempo, um paciente pode ter dor aguda nos intestinos ou ficar sem ar em casos de tosse e soluços e pode até morrer.O óleo essencial de funcho tem um efeito relaxante nos nervos, músculos, intestinos e no sistema respiratório e acalma os ataques espasmódicos, dando alívio rápido para as situações mencionadas anteriormente.
Funcho demonstrou reduzir os espasmos intestinais e aumentar o movimento de células no intestino delgado de bebês, em particular através de estudos de bebês que têm cólica .O uso de emulsão com óleo de funcho eliminou as cólicas.
>> Carminativo. Como um carminativo, o óleo de funcho faz com que os gases escapem dos intestinos e pode dar à pessoa um imenso alívio de problemas como indigestão, inquietação, dor no abdômen, estômago e tórax, bem como diminuir a hipertensão.Também tem outro benefício de não deixar gases adicionais se formarem. É muito bom para pessoas com problemas crônicos com gases .
>> Diurético. O óleo de funcho aumenta a frequência da micção e a quantidade de urina, ajudando não só a remover o excesso de água, sódio , ácido úrico, sais biliares e outros elementos tóxicos do corpo, mas também reduzindo a pressão arterial, limpando os rins e reduzindo a gordura.
Se você não está sofrendo de inchaço ou acúmulo de água no corpo, então você deve beber mais água ao usar o óleo de erva-doce, pois a micção muito frequente pode causar desidratação.
>> Regulador menstrual. Mulheres que têm problemas com menstruação irregular, obstruída ou dolorosa podem se beneficiar da propriedade emmenagoga deste óleo. Não só ajuda a limpar a menstruação obstruída e a torna regular, mas também alivia os outros sintomas associados a períodos como dores de cabeça , dor na região abdominal, tontura e alterações de humor. Também ajuda a prevenir a menopausa prematura ou prematura.
Indicação Dermatológica:
Na pele, atua como potente antioxidante. Tem uma ação desinfetante e tônica, principalmente na pele sem viço, oleosa ou enrugada. Excelente diurético, útil no combate a edemas, drenagem linfática e celulite.
Sugestão de utilização:
Inalação: 6- 15 gotas em vaporizador de ambiente.Através do tecido com 1 gota na mascara facial. Através de um aromatizador pessoal de 1-3 gotas.
Escalda pés: dilua 10 gotas de óleo essencial em uma colher de sopa de óleo carreador e adicione a água em uma bacia para os pés.
Spray aromatizador: Adicione 40 gotas de óleo essencial em 100ml de álcool de cereais e água destilada com graduação alcólica de 60%.
Banhos e compressas: Dilua 6-8 gotas de óleo essencial em 2 dedos de água, álcool ou óleo(caso sua pele estiver ressecada) para diluir e coloque na água da banheira.
Massagens, cremes, géis, argilas: 1 colher de sopa de óleo vegetal – cerca de 2-3 gotas de óleo essencial.50ml ou 50 gramas- 22 gotas ou 1ml de óleo essencial
Mascara de argila Branca com óleo essencial de funcho:
2 colheres de sopa de argila branca
1 colher de água mineral
1 gota de óleo essencial
5 gotas de óleo de rosa mosqueta
Modo de preparo: em um pote de vidro, adicione as 2 colheres de argila branca e exponha ao sol por 10minutos. Esse processo se chama de solarização e potencializa os benefícios medicinais e terapêuticos das argilas. Após esse período, adiciona a água, o óleo vegetal e o óleo essencial e misture bem. Limpe o rosto com o Fitodetergente e esfolie ele gentilmente, em movimentos circulares para preparar o rosto para receber a mascara. Aplique a argila e permaneça com ela por 15-20minutos. Lembre-se de aplicar uma camada grossa e manter ela úmida. Para isso você pode utilizar uma água thermal ou água mineral. Após esse período, remova a mascara comágua.Para finalizar, aplique o primeiro o Tonico Calmante da Boaformula com ajuda do ecodisco, depois o gel hidratante facial ou seu hidratante de costume e para finalizar, o óleo vegetal de rosa mosqueta. Pode realizar essa receita 2x por semana.
Cuidados e precauções: Usar sempre diluído, usar em baixa concentração. Manter fora do alcance de crianças. Evitar o uso durante a gravidez, em epilepticos e pele sensível. Tisserand indica que o óleo essencial de funcho pode interagir com a medicação e que pode inibir a coagulação do sangue. Maximo de diluição para uso na pele é 2,5%.
Bibliografia:
Artigos científicos Scielo.
Material do fornecedor Bioessencia, Wnf e Terra Flor.
/www.oleosessenciais.org/
A sua saúde em boas mãos.
Fonte: Articulista Natália F. Jonas (@nfeksa)