Família
Lamiaceae (Lamiáceas)
Constituintes
Óleo essencial (mentol, é o principal princípio ativo do óleo essencial de hortelã-pimenta, também são encontrados o acetato de metila e a mentona), taninos, flavonóides, pricípios amargos, triterpenos.
Partes utilizadas
Folhas secas ou frescas
Efeitos
Espasmolítico (contra espasmos), antiflatulento, colagogo (ajuda o fígado), aromático, digestivo, carminativo (ajuda a digestão), analgésico.
Hoje na Dica Saudável iremos falar de uma planta medicinal muito conhecida: a Hortelã. Esta erva é bastante popular, estando presente em produtos alimentícios, de higiene e cosméticos. O objetivo é resgatar os poderes dessa plantinha, trazendo suas propriedades medicinais, como manipular e se beneficiar de seus princípios ativos.
A hortelã contém antioxidantes, vitaminas A, B6, C, E, K, ácido fólico e a riboflavina. Se ingerida ou apenas inalada, tem poderes antibacterianos, antifúngicos e anti-inflamatórios. Com reputação de refrescar o hálito e facilitar a digestão, a hortelã pode considerar-se uma excelente companhia de Verão. Vamos descobrir um pouco mais dessa plantinha maravilhosa?
Importância das plantas medicinais
Os estudos referentes as plantas medicinas estão quase sempre associados há busca pelo homem de encontrar na natureza tratamentos que melhores sua condição de vida e saúde, otimizando suas chances de sobrevivência. A diversos relatos em várias épocas e culturas do uso de recursos naturais locais pelo homem. Essa sabedoria popular possui um papel muito importante na disseminação do uso das plantas medicinais ao longo dos tempos. Nossa intenção é resgatar alguns usos antigos e modernos para auxiliar na manutenção da saúde de forma natural e segura.
De acordo com Teske e Trentini (1997, p.I) “a utilização das plantas medicinais é uma das práticas mais tradicionais e antigas da humanidade. Os estudos arqueológicos registram que há mais de 3.000 anos já ocorria o emprego das plantas medicinais como alimento, medicamento ou cosmético”. Povos como árabes, caldeus, egípcios e muitos outros dominaram no passado os segredos da ação das plantas medicinais sobre o organismo humano. As plantas medicinais apresentam princípios ativos que se corretamente identificados, trazem benefícios para o homem e para a sociedade. Os chineses desde 370 a.C mencionavam em seus tratados que para cada doença havia uma planta que servia de remédio natural.
O Brasil é rico em biodiversidade e o uso das plantas medicinais também é uma forma de valorizar e preservar esse recurso precioso. Quando os portugueses aqui chegaram, os índios que aqui se encontravam possuíam uma arte médica própria, que utilizava vegetais presentes na região para curar seus males. A utilização de plantas medicinais na alimentação, em chás e como remédios é uma prática constante entre esses povos, que vem sendo transmitida através da sabedoria popular adquirida ao longo da nossa história. Agradecemos muito a eles os saberes que hoje temos referentes as plantas medicinais.
Existe forte relação entre os vegetais e as lendas antigas, por exemplo, o nome Mentha tem origem, segundo a mitologia grega de Menthe, filha de Cocyte, deus do rio, que era amada por Plutão, deus dos infernos. Perséfone, esposa de Plutão, descobriu este amor e transformou Menthe em uma planta destinada a crescer na entrada das cavernas que davam acesso direto ao inferno (TESKE; TRENTINI, 1997, p.182).
Hortelã
A família Lamiaceae (Labiatae) da qual se destaca a espécie vegetal Mentha x villosa Huds. (hortelã rasteira) possui cerca de 200 gêneros e aproximadamente 3.200 espécies em todo o mundo (JOLY, 1998, p.582).
A taxonomia de uma planta é o grau de parentesco que ela apresenta com outras plantas. Na identificação de uma planta deve-se tomar cuidado com os nomes populares e com sua taxonomia, pois plantas da mesma família possuem diferentes composições químicas. Toda planta precisa de uma identificação correta, através da definição de sua espécie botânica e do seu binômio latino. Para Corrêa Júnior, Ming e Scheffer (1994, p.101) “o gênero Mentha é um dos mais complexos do reino vegetal, devido aos inúmeros híbridos resultantes do cruzamento espontâneo das espécies, causando uma confusão na taxonomia botânica”.
As mentas são plantas, em geral, herbáceas ou arbustivas, com folhas opostas e cruzadas, inteiras e em geral com cheiro intenso. Flores pequenas ou grandes, em geral vistosas, reunidas em densas inflorescências quase sempre axilares. Flores diclamídeas, hermafroditas (andróginas), pentâmeras, fortemente zigomorfas, bilabiadas. Androceu formado por dois a quatro estames, anteras às vezes modificadas, com uma só teca fértil e a outra transformada em alavanca. Ovário súpero, bicarpelar, bilocular, com dois óvulos em cada lóculo, sempre falsamente tetralocular por invaginação dos carpelos. Estilete ginobásico. Ovário assente sobre um disco glandular unilateralmente expandido e saliente. Fruto seco, separando-se caracteristicamente em quatro frutículos parciais, onde cada núcula é uma pequena noz (JOLY, 1998, p.582). As plantas com propriedades medicinais, entre elas incluem-se as mentas, sintetizam e armazenam substâncias durante o seu crescimento, chamadas de princípios ativos. Além destes princípios ativos existem substâncias inertes que determinam a eficácia da planta medicinal, acelerando ou retardando a absorção dos princípios ativos pelo organismo. Os vários componentes ativos de uma planta formam o seu fitocomplexo. Se isolado apenas um princípio ativo de uma planta, provavelmente sua ação será diferente daquela apresentada pelo vegetal inteiro, ou seja, pelo seu fitocomplexo. Os vegetais não apresentam uma concentração uniforme de princípios ativos durante seu ciclo de vida, variando esta concentração de acordo com o habitat, a colheita e a preparação (TESKE; TRENTINI, 1997, p.IX).
Sabe-se que as folhas e as flores das Menthas são ricas em óleos essenciais, estes por sua vez, apresentam uma concentração até três vezes maior se as plantas forem coletadas no verão se comparadas àquelas coletadas no inverno (SILVA et al.,1995, p.12).
Composição dos grupos químicos
As espécies e subespécies de Mentha não variam muito na composição dos grupos químicos, ocorrendo maior variação nos compostos específicos. Todas as hortelãs encerram em suas folhas vitaminas A, B, C, minerais (cálcio, fósforo, ferro e potássio), exercem ação tônica e estimulante sobre o sistema digestório, além de propriedades terapêuticas: sedativa, digestiva, tônica, antiséptica e ligeiramente anestésica ().
Os constituintes químicos das Menthas são: piperitone, -α-mentona, mentofurano, metilacelato, pulegona, cineol, limoneno, jasmone, princípio amargo, nicotinamida- traços, terpenos, taninos, sesquiterpenos: cariofileno e bisabolol; flavonóides: mentoside, isoroifolina, luteolina, óleos essenciais que contém mentol; ácidos: p-cumarínico, felúrico, cafeico, clorogênico, rosmarínico e outros constituintes incluindo carotenóides, colina, betaína e minerais (TESKE; TRENTINI, 1997, p.182).
Propriedades medicinais da Hortelã
USOS POPULARES E/OU TRADICIONAIS
A hortelã é muito conhecida por seu aroma refrescante inconfundível. O cheiro e o sabor da hortelã têm profundos efeitos em funções cognitivas. Isso inclui funções como raciocínio, resolução de problemas, formação de conceitos, julgamentos, atenção, e até mesmo memória.
É utilizada na medicina popular como adstringente, antisséptico, antiespasmódico, carminativo, estomáquio, estimulante, tônica, anticatarral, antimicrobiano e propriedades antienvelhecimento. Prescreva-se a hortelã como remédio na atonia das vias digestivas, flatulências, timpanite (especialmente a de causa nervosa), cálculos biliares, icterícia, palpitações, tremedeiras, vômitos (por nervosidade), cólicas uterinas, dismenorréia e síndrome do cólon irritável. É um medicamento eficaz contra os catarros das mucosas, já porque favorece a expectoração, já porque combate a formação de novas matérias a expulsar. Aplica-se o sumo embebido em algodão para acalmar as dores de doentes.
Às crianças que tem vermes intestinais, administra-se um chá de hortelã, liberta-las dos parasitas que as atormentam.
BENEFÍCIOS FARMACOLÓGICOS
>> Atividade antimicrobiana
Existem vários estudos e artigos de revisão demonstrando que a Mentha piperita apresenta atividade antimicrobiana quando avaliada em testes in vitro . Uma revisão de um estudo in vitro relatou que os extratos (etanol, metanol, acetato de etilo, clorofórmio, hexano e de éter de petróleo) obtidos das folhas apresentaram forte atividade antibacteriana contra uma gama de bactérias patogênicas confirmando os saberes populares já conhecidos. Nesse estudo, os extratos das folhas foram mais ativos contra Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus e Escherichia coli do que para os Proteus vulgaris. Os resultados obtidos nesse estudo sugere que o efeito antimicrobiano obtido para os extratos é semelhante ao observado com os antibióticos canamicina, penicilina, cefotaxima e tetraciclina
>> Ajuda a aliviar sintomas de gripes e resfriados
A hortelã possui uma atividade antiviral excelente para prevenir aliviar gripes e resfriados. O mentol que existe na hortelã é um eficiente descongestionante, além de ser um bom expectorante: ajuda a expelir muco e a diminuir a tosse. Tomar chá de hortelã é uma boa pedida para diminuir a dor de garganta e a tosse seca.
>> Atividade antioxidante
Estudos com o extrato da planta seca, mostram atividade redutora e quelante de ferro bem como atividade antioxidante quando avaliada pelo teste de 2,2–Difenil–1–picril–hidrazila (DPPH), que mede a atividade sequestradora de radicais livres.
>> Atividade anti inflamatória
A hortelã tem propriedades anti-inflamatórias e é antipruriginosa. Por isso pode ser utilizada para aliviar coceiras e irritações da pele. Quando aplicada topicamente, a hortelã tem efeito calmante e refrescante em irritações causadas por urticária, hera venenosa ou carvalho venenoso. Essa propriedade a torna uma queridinha para quem possui uma pele inflamada e irritada, podendo ser utilizada compressas do chá de hortelã no rosto ou em sinergia com a argila verde para um tratamento mais completo. Nossa dica é fazer uma infusão da planta e usar como meio fluido para fazer sua mascara de argila, podendo também se beneficiar de suas propriedades através do hidrolato e do óleo essencial também! A razão de ser tão eficaz é porque ela contém propriedades de resfriamento de hortelã naturais que ajudam a aliviar o inchaço, coceira e vermelhidão, que é associado com surtos de acne.
>> Melhora a saúde bucal
A hortelã neutraliza o mau hálito e também combate bactérias que causam cáries. Por esse motivo ela é comumente acrescentada em produtos como creme dental, enxaguante bucal e sprays que refrescam o hálito.
>> Auxilia na melhora da digestão
A hortelã é muito indicada para as pessoas que apresentam distúrbios digestivos. Estudos mostram que o chá de hortelã relaxa a musculatura do estômago e melhora o fluxo da bile. Este mecanismo está envolvido na digestão de gorduras e propicia uma melhor digestão.
>> Alivia náuseas e vômitos
O mentol presente nas folhas de hortelã ajuda a aliviar episódios de vômitos e náuseas. Para este efeito, você pode consumir o chá de hortelã ou mastigar folhas de hortelã frescas. O aroma do óleo essencial de hortelã também ajuda nestes casos.
>> Ajuda a reduzir de gases
O chá de hortelã-pimenta possui propriedades carminativas, isto é, ajudam a reduzir gases e cólicas. A infusão quente desta planta reduz os movimentos peristálticos do intestino e evita a liberação de gases.
>> Alivia dor
A folhas de hortelã podem aliviar dores musculares, dores de cabeça e até mesmo dores de estômago. Possui uma ação analgésica notável, podendo ser utilizado para diversos fins. Por conta disso, também se tornou um grande aliado de mulheres que sofrem de cólica menstrualPode ser utilizado seu chá 3 vezes ao dia por 10 dias ou o uso de seu óleo essencial diluído em um óleo carreador para aplicação externa.
>> Hortelã e a Síndrome do Intestino Irritável
Estudos mostram que a hortelã-pimenta pode ser benéfica para pessoas portadoras da síndrome do intestino irritável. Substâncias presentes na planta ativam receptores anti-dor no cólon e ajudam no tratamento da do, inchaço, gases e diarreia.
Deste modo a hortelã-pimenta atua como coadjuvante no tratamento e pode ser associada à uma alimentação saudável e ao tratamento medicamentoso. Se você tem esta síndrome converse com seu médico antes de começar a usar hortelã-pimenta.
BENEFÍCIOS FITOENERGÉTICOS
Abre caminhos na vida. Ajuda a entender e trabalhar as dificuldades com o pai; elimina a hipocrisia e a falsidade, gera efeito analgésico, elimina fibromas, reduz o estresse. Ajuda a mudar o pensamento e a gerar vitalidade energética geral em casos de câncer.
>> Meridianos onde a Menta Piperita atua: Pulmão e intestino Grosso. Erva picante e refrescante.
Indicações
Uso interno (chá, cápsula, decocção)
Colite/ espasmos e cólicas digestivas (espasmo, incluindo constipação), mau hálito, dor de garganta, dor no trato gastrointestinal, síndrome do intestino irritável, enxaqueca, dores musculares, acúmulo de gases (flatulência), tosse, resfriado, enjoo decorrente de viagem (na forma de álcool de menta, medicina popular, através da inalação do óleo essencial ou consumo do chá).
Posologia e modo de usar: Utilizar 1 xícara de chá de 2 a 4 vezes ao dia.
Pingar 1 gota do óleo essencial em seu colar pessoal.
Uso externo (tintura, óleo essencial) Nevralgia, dor muscular, sinusite (por ex. em compressa), dor de cabeça (por ex. em compressa ou com uso do óleo essencial diluído nas temporas)
Dicas
Se você tiver folhas de hortelã começando a murchar, mergulhe-as em água bem gelada por alguns minutos. Elas ficarão mais viçosas. As folhas de hortelã cristalizadas decoram bolos e pudins e podem ser servidas com o café, depois das refeições.
Contra-indicações
Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
Crianças com menos de 8 anos de idade;
Pessoas alérgicas ao óleo essencial de hortelã;
Pacientes com obstrução dos ductos biliares;
Portadores de anemia.
Leia mais sobre o óleo essencial de Mentha Piperita aqui.
Nesse verão se refresque com um chá gelado de hortelã e se beneficie de suas propriedades medicinais!
Referencia: Ecycle
MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Mentha x piperita L. (HORTELÃ PIMENTA). – Ministério da Saúde
O USO MEDICINAL E MÍSTICO DA HORTELÃ PELOS ALUNOS DAS 8as SÉRIES DA ESCOLA ESTADUAL SÃO VICENTE PALLOTTI por Valéria Cristina de Souza Pinheiro e Marli Aparecida Defani.
A sua saúde em boas mãos.
Fonte: Articulista Natália F. Jonas (Instagram @nfeksa)